terça-feira, janeiro 19, 1999

Luanda

Luta armada entre pacifistas
Nunca me agrada nem me imobiliza
Lunáticos pela calçada
Andando no meio do nada
Voando sem dizer
Nada

Lavanda, Lauranda, se manda em Luanda
Dançante dança dos negros da banda
Política situação desagrada o nosso cidadão
Que na guerra vê a paz e não quero nada mais

Vou fugir pra Luanda em 1650, vou voltar atrás
Acho que não ganho paz
Mas acho, também, que não ganho mais
do que aquilo que posso conseguir em qualquer lugar
que seja também Luanda

"Dindindim a luandê...
A Luanda Luanda Luandê
Dindindim a Luandê"

Gente estabanada não consegue quase nada
Se tentar provar (errada) que de errada não tem nada
Superfície estruturada de uma vida desgraçada
Se banhada em lavanda talvez leve pra Luanda

Dindindim a Luandêro nunca pude ver primeiro
Nem sequer sentir o cheiro
da senzala - abala - a constituição da família brasileira
que sempre foi a feira em qualquer lugar
que não seja Luanda

"Dindindim a luandê...
A Luanda Luanda Luandê
Dindindim a Luandê"

* Escrito na casa de praia do Raul, em 1999 ou 2000(?)