segunda-feira, janeiro 19, 1998

Seu corpo em suas mãos

Ela tem aquela incrível capacidade de saber
Exatamente o que precisa pra me enlouquecer
Nada muito além de um sentimento carnal
Acabo, às vezes, por me esconder desse mal

Mas quando aparece, assim, de repente
Uma volta, um andar diferente
Saio envolto a um fulgor latente
Ah! O que não faz um olhar na gente

Seu corpo não muito me atrairia
Se ela de não tão belos meios adotasse
E mostrar-se de nada adiantaria
Se de outro modo ela me olhasse

Finalmente entendo o que me faz voar
São gestos que venho a admirar
E essa admiração é o que merece
Aquela mulher que a si conhece

* Escrito em 1998, para a Antologia Poética da turma de Processamento de Dados/97 da ETC