terça-feira, outubro 10, 2000

Lampejos Sertanejos
Lembram vários tipos de queijos
Lembram a presalha dos teus beijos
Lembram todos meus desejos

Livraria pradaria
Lembram a tua pele fria
Lembram a lua girando vadia
Lembram o arroz da minha tia

Licurgo Cambará
Lembra o canto do sabiá
Lembra ela não sabe nadar
Lembra que eu não sei amar

E um barbear pesado e rente
Lembra o vazio da minha mente
Lembra que eu, hoje,
Resolvi poetar diferente

* Escrito em outubro de 2000, no sítio do Diogo, em Montenegro. No mesmo dia em que o poema que chamei “Harmonia”

Harmonia

Toda essa gente querendo ser louca
Acabam, por vez, sendo as mais normais
Esse esforço em ser tão diferente
E na verdade terminam todos iguais

Se um quer saber dos mistérios do universo
E a outra, por vez, defende tanto os animais
Lucidez tanta não pode na mente
Mas tendem a esquecer as coisas mais banais

Independente de fazer sua parte
Independente da preocupação
Independente da magia, da relva, da arte
Independente de sermos loucos ou sãos

Independente do caminho que nos guia
Independente da forma ou da razão
Contribuímos todos para a harmonia
E, no fim, viramos sempre a mesma energia

* Escrito em 2000, no sítio do Diogo, em Montenegro. Sobre um pessoalzinho que estava lá