quarta-feira, agosto 30, 2006

Quando sou acometido pelo sorteio, não uso o freio nem pra diminuir a aceleração do meu coração que, de peso tanto, aumenta, e de peso pouco flutua.

A ausência tua.

Quando não sou varrido pra baixo do tapete, supreendentemente, não sei o que é sujeira, sujeira boa, limpa. Só sei do asseio sujinho, eufêmico total.

A ausência.

Se sou pouca bosta, levanto e rio de flerte com o dia. Mas se me sinto como tal, levanto (?) e continuo sem saber de quem é aquela saudade, batendo, batendo e eu apanhando. É de quem se foi ou de quem vem?

A presença em mim não é a ausência em ti.

Ah, vô, vô pegar e chutar tudo e ir um poquinho pra junto de ti! Só um poquinho, eu prometo. Depois eu volto pra contar tua piada nova pras crianças.

A presença tua.

Quando simplesmente não sou, supresa, notas altas me pegam de verdade e as solfejo até a orelha que herdei de ti.

A presença em mim não é a ausência em ti.

E todo dia é um dia a mais, todo dia um jornal a mais, todo dia um chiclé a mais, na boca ou no pé, mas tanto faz, é borracha. E borracha nem tudo apaga.

A tua presença.
A bença.

quinta-feira, agosto 24, 2006

Poema de janela

Décimo primeiro, a cidade de noite
Solidão são carros dizendo horizonte
Uma mosca e os sinais acendendo que nem dominó
Sono, um tanto, nem tanto, tampouco quero dormir
Com o vento que faz aqui, não podia trazer algo novo?

Além de poema de janela, sem novidades da vida que vem.