segunda-feira, setembro 29, 2008

circular

Tenho um coração egoísta
Que quando decido seguí-lo
Diz pra eu seguir meu coração

quarta-feira, setembro 24, 2008

gota

Una gota de sinceridad
En la alta mar de las apariencias
Diluyese en el agua clara
Y agrega un color a mi nadar

domingo, setembro 21, 2008

carro-de-boi

Eu no meio de dois é estátua
Os bois já tão no carro e a estrada
Segue perfeitamente sem mim

Eu no meio dos bois, é boiada
Bóio e flutuo, mas não faço nada
Sei perfeitamente o que cabe a mim

Só não me peçam pra bancar o juiz
Que disso brincava quando terneiro
E sei por inteiro de gado criado

Que ao tangenciar o banhado
Ando por um triz

quinta-feira, setembro 18, 2008

recado

Se tu quer saber de mim, já sabe: vê a minha arte
Mas se quer mesmo saber de mim, não dá bola pra essa arte

Minha arte é movimento
E os sentimentos vêm e vão
Minha boca diz mais na tua
Que em um blog metido a besta

Quero é gelar teu rosto sendo vento
E ter teu peito hoje: nossa estação
Melar tua pele, linda e nua
Guardar os sonhos pro sono, babe, então,

Se tu quer saber de mim, já sabe: vê a minha arte
Mas se quer mesmo saber de mim, não dá bola pra essa arte

Yo quise

Yo quise escribir una canción
Diciendo que no puedo sin vos
Pero sí puedo y sí alcanzo
Como si siendo uno fuera dos

Yo quise una letra triste
Un necesito tu amor, un me muero
¡Todavía qué sorpresa,
Sin mi mitad me encuentro entero!

En cambio, como te quiero
Estoy feliz y aún te quiero
Ya no preciso, ya no espero
¡En cambio, como te quiero!

segunda-feira, setembro 15, 2008

En la funda, nomás

De Montañita, uma espécie de Guarda-do-Embaú no pacífico, até Guayaquil, tudo tranquilo. Antes de sair fui, tri criança-ingênuo, perguntar que bichos eram aqueles que tavam na gaiola naquele boteco. O rasta super volado responde "ratas superdotadas" e sai se rindo todo. A Mari não entende porque eu atravessei a rua rindo, também.

Chegando em Guayaquil, uma mega estação de bus, moderna na parte física da coisa. Mas ao tentar encontrar um bus pra Quito, os caras brigavam entre si, cada um dizendo que seu bus era melhor e xingando o vizinho (el Ecuador, man, el Ecuador). Depois de escolher o que saía mais cedo, em 5min, corremos pra pegar algo pra comer e fomos ao bus, eu me mijando. Não sem antes esperar o carinha ir resolver um "pequeno problema" porque nos venderam passagens que já tinham vendido pra outros, perguntei se podia ir no banheiro. Não podia entrar de novo, porque o man tinha levado os tíquetes, então perguntei se ia poder ir no bus. A resposta foi sim, claro.

Mas, já na carretera, fui tentar abrir o baño e tava fechado. Fui falar com o motora (e com os 2 assitentes que não sei pra que servem), pedir pra abrirem. "El baño es solo para damas", me diz. Depois de discutir, usando gírias pros caras não me tomarem tanto por gringo, o cara disse que ia parar na estrada pra eu descer. Não duvido que eles me deixassem ali e seguissem! Mas eu tinha a Mari de backup. Havia muitos choros (vulgo ladrões) por ali e os caras não se atreveram a parar.

É aí que um dos assistentes saca uma sacolinha e me diz: "en la funda, nomás". Hesitei, mas como não tinha alternativa, fiz ali mesmo, com os carinhas olhando. Joguei a sacola pela janela (lógico), como me indicou um deles, e fui saindo:

- Una experiencia más en la vida, me diz o motora.
- Una más.

quarta-feira, setembro 10, 2008

orvalho

A paz do teu seio
Sob essa blusa sangue transparente
Em contraste com os olhos,
Com a maquiagem borrada
E com os lábios calados

De um respiro lembro teu hálito
Abro tua boca com a minha
Escancaro teus olhos, botão por botão
E finalmente tu choras
O suor derramado

quarta-feira, setembro 03, 2008

en cambio

Troco aquela certeza cósmica por essa cerveja cômica.