Se a tela da janela não tivesse lá
Entraria ela, do ultimo galho do
Carvalho, equilibrando seu nada-pesar
E voaria em círculos no meu quarto
Se pendurada na parede estivesse
E não precisasse de mim pra soar
Tão doce e choramingona às vezes
A guitarra tocaria algo que eu não sei
E eu só deitaria no chão do meu quarto
Se o espaço fosse bastante dançaria
Um tango no meu quarto acompanhado por ela
E depois do terceiro ato passaríamos ao carvalho
E depois para as estrelas ou ao shopping center
Que se enxerga do meu quarto
E se ela entrasse de verdade, invejaria sua asa
Mas mesmo assim a casa é sua. Imaginem só
Que bonito uma visita como ela em minha
Janela adentrando do infinito?